segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sacrifício - Parte três

Devia ter umas quinze pessoas no salão. O lugar era pequeno, tinha algumas mesas perto do bar, no entanto a maioria das pessoas estava no meio do salão, dançando. Todos pareciam muito alegres. Havia um senhor de uns sessenta anos que vestia uma velha jaqueta de marinheiro sentado em uma das mesas. Ele fez sinal para que eu me sentasse com ele.

- Sente-se aqui meu rapaz. Não tenha medo de se juntar a nós. – Ele se virou para o balcão e disse: - Olívia, traga uma garrafa de vinho para mim e para nosso amigo... – Ele se virou para mim. – Como você se chama, meu rapaz?

- Gabriel. – Eu disse, um pouco envergonhado.

- Pois então, traga uma garrafa para mim e para o Gabriel.

- Obrigado.

- Eu sou o Almirante Garcia, mas todos aqui me chamam de capitão. Pode me chamar assim se quiser. É bom ter alguém novo por aqui. Às vezes eu fico cansado de ver os mesmos rostos todos os dias.

A moça que estava no balcão nos trouxe uma garrafa de vinho e duas canecas. Ela também era muito bonita. Não tanto como a Melinda, mas sem dúvida ainda assim era linda. Tinha a pele morena e cabelo negro escorrido, parecia descendente de índios.

- Esta é Olívia. – Disse o Capitão. Ela apenas sorriu. – Ela não é de falar muito, mas é uma garota adorável.

- Muito prazer, Olívia. – Ela sorriu e me estendeu a mão.

- O prazer é todo meu. Mas se o senhor me der licença, preciso continuar trabalhando.

- Ela está sempre ocupada. – Ele disse, assim que ela saiu. – Mas o que faz um rapaz como você nessas bandas. Essa estrada não é muito movimentada.

- Eu gosto de dirigir para espairecer. Acabei sendo surpreendido pela chuva no meio do caminho. Sorte minha ter encontrado este local.

- Muita sorte mesmo, meu rapaz. – Ele disse e bebeu seu vinho de uma só vez.

- Olá, Capitão. Posso me sentar. – Disse um rapaz que acabara de sair da pista de dança.

- Claro, Mateus. – Respondeu o Capitão. - Este é o Gabriel.

- Seja bem vindo, Gabriel. Tenho certeza que irá gostar muito deste lugar. Aqueles que entram nunca mais vão embora. – Disse o Mateus, com um sorriso que me deixou assustado.

- Todos aqui são muito hospitaleiros. Talvez eu volte mais vezes junto com minha noiva. Ela iria gostar daqui.

- Tenho certeza que sim. – Respondeu o Mateus.

Tinha algo de estranho naquele rapaz. Ele olhava para mim de um jeito esquisito.  Não que ele parecesse gay. Longe disso. Antes de vir para nossa mesa, ele estava dando uns amassos em uma garota na pista de dança. Mas a maneira dele me olhar me deixou assustado. Ele parecia um serial killer de olho na sua próxima vítima.

Continua...

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