quinta-feira, 7 de julho de 2011

Desejo - Parte quatro

Ficamos um bom tempo conversando. O papo estava tão agradável, que até esquecemos a hora. Tínhamos tanta afinidade. Parecia que nos conhecíamos há muitos anos.

Já era quase meia noite quando me lembrei de verificar se o telefone estava funcionando, mas ainda estava mudo, e tenho que admitir que isso não me deixou nem um pouco triste.

No entanto, ele se desculpou mais uma vez pelo incomodo. Disse que era melhor ir embora, pois estava muito tarde. Argumentei que ainda estava chovendo muito, e ofereci a casa de hospedes que ficava no quintal. E ele acabou aceitando. Pensei no quanto estava sendo imprudente, mas Daniel parecia ser uma pessoa boa. Não senti medo de deixar que ele ficasse por perto.

Já que ele ia ficar, voltamos a conversar. Falamos sobre nossos trabalhos, nossas famílias. Ele era advogado, e bem sucedido por sinal. Morava sozinho, e os pais viviam no exterior. A parte que mais me interessou foi saber que ele era solteiro e que não havia nenhuma concorrente em vista.

Com o desenrolar da conversa, acabamos nos aproximando, mais do que deveria para pessoas que mal se conheciam. E ele acabou não dormindo na casa de hóspedes.

É passamos a noite juntos. E tenho que admitir que foi uma noite maravilhosa. Apesar de me sentir mal por dormir com alguém que eu tinha acabado de conhecer. Mas a verdade é que ele era irresistível. Além de lindo, era charmoso, inteligente, e um verdadeiro cavalheiro.

A noite foi perfeita e o dia seguinte também. Estava um dia lindo, ensolarado. Não  parecia que havia desabado um temporal no dia anterior. Nem nos preocupamos de verificar se o telefone estava funcionando. Passamos o dia todo juntos. Levei-o para conhecer a chácara. Ele ficou encantado com o lugar. E o entrosamento entre nós crescia a cada minuto. Parecia que nos conhecíamos há anos.

No final do dia ele me perguntou se poderia ficar mais uma noite comigo. Não tinha nenhum compromisso marcado para o final de semana e seu carro estava fora da estrada mesmo. Disse que resolveria tudo com o seguro na segunda-feira. É claro que eu não pensei duas vezes. Aceitei na hora.

Esqueci totalmente o motivo de estar naquele local. Estar com ele era mais importante do que terminar meu livro. Isso eu poderia fazer depois. Pediria mais tempo ao editor. O que eu não poderia era deixar aquela oportunidade passar. Nunca havia me sentido daquele jeito com ninguém. Não poderia deixá-lo ir embora.

A segunda noite foi ainda melhor do que a primeira. Estávamos mais entrosados. Parecia que eu estava vivendo um sonho. Não queria que o final de semana acabasse.

Continua...

Um comentário:

  1. Oh meu deus... Essa de ler aos pouquinhos me mata! Já quero saber como termina. Quando que vai lançar o livro mesmo? rsrsrsrs

    ResponderExcluir

Sua opinião é muito importante para mim: