quarta-feira, 6 de julho de 2011

Desejo - Parte três

- Boa noite. Desculpe-me por estar lhe incomodando a esta hora. – Ele disse, com um sorriso que faria qualquer mulher se derreter. - Mas eu tive um problema com meu carro e meu celular não está dando sinal. Tentei pedir ajuda, mas os poucos carros que estão passando pela estrada, não param. Será que eu poderia usar o seu telefone. Preciso chamar um reboque. – Ele pediu, meio sem graça.

- Nossa. Você está encharcado. Espere um minuto que eu vou te trazer alguma coisa para se enxugar. – Eu disse, lhe dando as costa e indo até a área de serviço para pegar uma toalha. Voltei bem rápido, depois de guardar a faca em uma gaveta, antes que ele pensasse que a louca era eu. – Pronto. Aqui está. – Estendi a toalha para ele. – Entre. O telefone fica naquela parede ali. – Disse, apontando.

- Obrigado! – Ele sorriu e foi em direção ao telefone.

Ele tirou o fone do gancho e o colocou no ouvido. Apertou o botão que desliga algumas vezes e colocou o fone no lugar.

- Está mudo. – Ele falou, desanimado.

- Talvez seja o aparelho. Vou ver se o da sala está funcionando.

Fui até a sala e testei o telefone. Também estava mudo. Então voltei para a cozinha.

- Também não está funcionando.

- Você não tem um celular que dê sinal neste lugar?

- Sinto muito. Mas eu não queria ser incomodada neste final de semana, então, deixei meu celular em casa. – Respondi.

- Desculpe. Você veio para cá para descansar, e eu estou te incomodando. – Ele foi em direção a porta.

- Não. – Eu disse, mais incisiva do que gostaria. – Não foi isso que eu quis dizer. Eu não queria ser incomodada pelo meu chefe. É que eu tenho um trabalho para terminar e ele não larga do meu pé. – Fiz uma pausa. - Está chovendo muito. Espere alguns minutos. Talvez o telefone volte a funcionar.

- Tem certeza que não vou lhe atrapalhar?

- Tenho. Por que você não se senta ali. – Apontei para uma cadeira. – A propósito meu nome é Amanda, como é o seu?

- Daniel.

- Fique a vontade, Daniel. Eu vou preparar um chocolate quente para dós dois. Se estiver com fome eu posso preparar um sanduiche também.

- Não, obrigado. Vou aceitar só o chocolate porque estou congelando. – Ele disse, esfregando os braços com as mãos.

- É mesmo. Você está todo molhado. Vou buscar uma camisa seca para você.

- Não precisa se incomodar. Eu estou bem. – Ele disse, muito envergonhado.

- Por favor, não precisa ficar sem graça. Não é incomodo algum. Espere um minuto. – Eu saí antes que ele pudesse dizer alguma coisa.

Voltei com uma camisa e um casaco para ele. Por sorte, ganhei um casaco grande no último natal, porque ele era bem maior do que eu. Entreguei os dois a ele e fiquei sem ar por alguns minutos quando o vi tirando a camisa. Ele tinha um físico perfeito. Por pouco ele não me flagrou com uma tremenda cara de boba. E antes que isso acontecesse, fui preparar nosso chocolate.

Quando terminei de prepará-lo, convidei Daniel para irmos para sala. Estava muito frio e achei melhor acender a lareira.
Continua...

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